Como surgiu o projeto de um seriado sobre um serial killer?
Surgiu da observação de que este gênero do suspense psicológico estava ausente da TV aberta. Sempre fui fã das séries e da literatura policial. E nesse momento há uma busca da emissora por novas propostas. Todos temos curiosidade de entender como funcionam essas mentes, que são humanas, mas tão diferente do que a gente considera humano.
Como foi sua pesquisa e as referências usadas para o desenvolvimento da trama?
Foi bem ampla. Como percebo que é ampla a pesquisa que todas essas séries internacionais realizam. Busquei referências desde a psiquiatria até a neurociência, passando por casos reais de assassinos em série conhecidos do grande público. Conversei com profissionais da área, com psiquiatras, psicólogos forenses, profilers criminais, peritos e policiais comuns, além de consultar livros e observar como outras séries e filmes trataram o tema. O que mais me inspirou, na composição do Edu (Bruno Gagliasso), foram as entrevistas dos próprios serial killers e das pessoas que conviveram com eles ou conseguiram identifica-los. Como em todos os meus trabalhos, gosto de ouvir diretamente da fonte.
O que atrai e inspira você neste gênero investigativo? Por que um suspense?
O atraente é que, nesse caso, caçar o criminoso implica em descobrir e seguir os rastros deixados pela sua mente. Não queremos defender teses nem especular sobre o porquê Edu (Bruno Gagliasso) é assim. Ele simplesmente é. A intenção é proporcionar entretenimento para que todos possam curtir um bom suspense psicológico.
Como é desenvolver uma trama em que o assassino é apresentado desde o começo? Qual a fórmula para manter o suspense em todos os capítulos?
Como surgiu a ideia de contar no seu blog o processo de pesquisa de ‘Dupla Identidade’?
Além dos psicopatas você aborda também o transtorno de borderline através da personagem Ray. Veremos como se comportam os mais próximos aos psicopatas?
Durante o processo de pesquisa percebi que psicopatas costumam atrair mulheres com uma particularidade típica do border: uma personalidade fluida. Mulheres como Ray (Debora Fallabela), que constroem sua identidade através de uma entrega total ao outro. Isso é tudo o que um psicopata busca: o poder sobre o outro. Encontrei também, na internet, pessoas que sofrem com isto e dialogam com o público através de vídeos. Fiz contato com eles e aprendi mais sobre o sofrimento que é viver com esse transtorno.
‘Dupla Identidade’ terá um pé na fantasia?
Tanto quanto todas as séries do gênero que adoramos ver na TV a cabo. O tema serial killer não é uma fantasia. Nem a maneira como os caçadores de mentes chegam a eles. A fantasia maior está na rapidez com que eles são pegos, nas séries de TV: algumas temporadas, se muito. Na vida real eles ficam na ativa durante 20, 30 anos, e às vezes morrem sem que ninguém os descubra.
Você mostrará o processo investigativo dos assassinatos. O telespectador conhecerá a fundo a maneira como a polícia trata e investiga casos como este?
O núcleo investigativo é o coração da trama. Temos a polícia, que busca identificar o criminoso através de pistas concretas: DNA, fibras etc. E os caçadores de mentes, especialização de Vera (Luana Piovani), que buscam as pistas não materiais – aquelas deixadas pela mente do assassino.
O que o público pode esperar do seriado?
Muito suspense, mistério e emoção. Esperamos que as pessoas encontrem o que buscam em todas as séries, filmes e livros do gênero: uma boa diversão. E que o pessoal que ainda não foi apresentado se apaixone pelo gênero e curta muito o jogo de gato e rato proposto pelo Edu (Bruno Gagliasso).
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